Quem Somos

… Falar de Dona Dió é muito bom.

Não me esqueço de todas as palavras, de tudo que ela passou para criar 12 filhos vendendo acarajé. Meu pai se foi muito cedo, eu tinha 13 anos quando meu pai faleceu. O tempo foi passando e ficaram ainda duas crianças para minha mãe criar, pequenas ainda com 2 e 3 anos. Nós, um pouco maiores fomos ajudando ela, que foi ensinando todos os filhos a fazer acarajé: somos 8 irmãs e 3 irmãos.

“Todos nós sabemos fazer acarajé.”

Depois de muito tempo tive meus filhos e quis vir para São Paulo. Ela não queria que eu viesse, eu vim e deixei minhas meninas com ela.

Dona Dió veio à São Paulo ver o que eu estava fazendo, onde eu estava morando, muito preocupada…. Minha mãe era muito guerreira, chegou aqui ela disse “Filha, não trabalhe de empregada para os outros, eu lhe ensinei a fazer dinheiro. Eu fico muito triste em ver você subordinada, sendo que você sabe fazer dinheiro.”

Dona Dió dizia que ficava triste pois eu sabia trabalhar tão bem com acarajé e não trabalhava, ela dizia que eu tinha muita sorte para venda, você senta na barraca de acarajé e num instante conquista todo mundo, sorri pra todo mundo.

-Vai trabalhar para você minha filha.

Mãe, não é fácil uma banca de acarajé em São Paulo, não é como na Bahia, mas ela dizia que se eu insistisse, eu iria conseguir.

Mal sabia que eu que estava perto de perder a minha mãe.

Ela se foi…. Eu fiquei pensando… “Chega de trabalhar para os outros, minha mãe sempre me falava isso e desde que ela faleceu eu venho amadurecendo a ideia de trabalhar para mim.

Quando eu entrava de férias eu fazia acarajé, no aniversário das meninas eu fazia e era um sucesso! Todo mundo gostava do meu acarajé, as pessoas diziam que já haviam comido em outros lugares, mas que o meu era muito muito mais gostoso. Eu dizia que era porque o meu acarajé era original.

Minha mãe me ensinou a fazer e até hoje eu continuo fazendo do mesmo jeitinho que minha mãe fazia!

Eu amo fazer acarajé!  É um trabalho gostoso de fazer. Comecei a fazer em casa, ensinei minhas filhas, estamos fazendo e vendendo…. É um começo, uma caminhada. Nós vamos chegar lá. Nosso acarajé tem um diferencial – O Acarajé Dona Dió é um acarajé diferenciado – todo mundo que come elogia: que acarajé gostoso, que saboroso, que tempero  equilibrado, sem mais nem menos, o sal no ponto certo.

É o que eu passo para minhas meninas, quero que elas façam como eu faço porque era do jeito que a avó delas me ensinou.

Minha mãe nos criou fazendo acarajé, até hoje em Vitória da Conquista está lá o ponto dela. Minhas irmãs tomam conta. Elas criam os filhos, mantém as casas delas de pé com o acarajé que minha mãe deixou.

A banca do acarajé está lá. Quando vou à Bahia eu sento lá um pouco, vendo acarajé, as pessoas falam que pareço demais com minha mãe… “O jeitinho da sua mãe”, isso é muito gratificante.

Eu estou muito feliz e contente, e Dona Dió minha mãe deve estar muito feliz lá onde ela está, porque era o sonho dela eu parar de trabalhar para os outros e vender acarajé e ensinar as minhas meninas a fazer,

É bom falar um pouco do acarajé. Não foi fácil para minha mãe criar seus filhos vendendo acarajé. Ela levantava cedo, colocava o feijão de molho, ia para feira comprar o tomate, o camarão, o bacalhau e a gente perto dela aprendendo a cortar o tomate, mexendo o Vatapá, ela colocava um banquinho para a gente sentar e dizia: “hoje você vai mexer o Vatapá”; “hoje você vai aprender a fazer o Abará que é enrolado na palha”…

Crescíamos mais um pouco e íamos com ela para a rua, sentávamos lá e observávamos como atender, depois a fritar o acarajé.

Esperamos que dê certo

Já deu certo

Um pedacinho da história de Dona Dió…

A trajetória é grande, é muita coisa que aquela velha guerreira passou!

Edna de Oliveira Silva

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